segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Feio é só questão de opinião

Peelings caseiros que renovam a pele, máscaras de vegetais que hidratam os cabelos, sopas milagrosas que fazem perder até quatro quilos em uma semana, terapia tailandesa que ajuda aumentar os seios sem precisar fazer cirurgia. Quanta propaganda barata, quanto pop-up oferecendo produtos que só faltam acompanhar o slogan “Deixe de ser feia agora!”. Culturalmente, as mulheres são criadas para serem fundamentalmente inseguras – e isso inclui não ser completamente magra, não ter cabelos sedosos, pele lisa, seios volumosos e bumbum empinado -, o que as tornam frustradas mediante ao estereótipo de perfeição que as obrigam ser lindas se quiserem ser aceitas na sociedade.
Mas aí eu me pergunto, quem é que define quando uma mulher é feia ou bonita? Qual é o padrão nacional, afinal? Quem coloca a imagem de bela ou fera na nossa cabeça? Certa noite estive pensando nesse assunto e, incomodada, decidi perguntar a um amigo o que ele achava de algumas mulheres que fui apontando dentro de um shopping. Na primeira ele:

- Credo, que mulher horrível!

- Quem falou que ela é feia?

- Ué, você me perguntou e eu estou dizendo. Olhe essa orelha e esse nariz!

- Acontece que eu estou com alguns quilinhos a mais e seus dentes não são tão retinhos assim. Ou seja, também não estamos dentro dos padrões de beleza. Então o que faz de nós mais bonitos que ela?

- É simples, a feiúra chama atenção. Nós não somos perfeitos, mas somos discretos.

Olhei bem pra ela e vi que a moça realmente não tinha beleza alguma. Mas isso era o que eu e meu amigo achávamos. Em seu dedo anelar direito havia uma aliança dourada. Ora, ora, ela tinha um noivo! Alguém achou beleza e graça ali. Então por quais padrões meu cérebro estava dizendo que ela era feia?
Se pararmos para analisar, veremos que os padrões de beleza nos dão os exemplos mais ricos de coisas efêmeras e insignificantes. Houve uma década que ser mais gordinha era a sensação do momento. Noutra, o nariz mais redondinho era o que chamava atenção. Uma hora cabelos longos, outra cabelos curtos, estatura média, depois muito alta. Essas mudanças que ocorreram durantes os anos são frutos de cada cultura, em seu determinado momento. Levando em consideração que a moda pega, mas também passa, não entendo aquelas pessoas que remontam o corpo inteirinho para se apresentar à sociedade de acordo com o que alguém oculto estipulou ser lindo. A máxima “beleza está nos olhos de quem vê” nunca teve tanto efeito quanto nessa noite, no shopping, depois de descobrir que a moça da orelha de abano e nariz de carcará estava prestes a se casar.
O fato é que não existem pessoas feias. O que existe são pessoas inseguras, insatisfeitas, enfim, infelizes. E assumindo a personalidade, estando de bem com o próprio corpo, ninguém ousará dizer que é necessário ter olho azul ou passar pelo bisturi para ser feliz.

terça-feira, 28 de junho de 2011

"O mundo está ao contrário e ninguém reparou"


É por essas e outras que adotei novamente um blog. 
Não, eu não pretendo criticar celebridades! Apenas quero derramar nesse infomar contraditório algumas gotinhas da minha infomaré, digo, opinião. Até mesmo porque estou vivendo num mundo que, se antes estava apenas ao contrário, agora está faltando alguns pedaços também.